segunda-feira, abril 03, 2006

Traidores

Aos beijos devolvemos nosso amor ao tempo
para que ele regue a cada manhã
e descuide-se, divertindo-se,
relativo que é
e esqueça-nos ao sol do meio-dia.

(Não tivemos coragem de arrancá-lo à raízes...
Apenas tentamos em luar
e à noite escura, ocultá-lo
por isso, deixemos, deixemos...
- Ao Sol para murchá-lo!)

Vai ficar mirrado, dizem os amigos seus
à míngua morrerá, dizem os inimigos meus
descansará em sete dias, diz-me Deus
e enquanto isto, deixado a Sol e céu abertos
nosso amor sofre as dores em deserto...

Por quantos dias, inocente, poderá provar-se?
esperamos, pôncios, com olhos e mãos lavados
Que volte de braços abençoados,
vivazmente, e dure milênios,
ainda que ressuscitado

Igual quando te vi florir em mim
igual quando me viu
plantado à tua porta
quando amigos saímos rindo
- Pois um novo amor, regado há anos, havia nascido...

06/06/05.

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