"Hoje, segues de novo..." (Bilac)
Carregando como compras
Ou rosas despetaladas brancas
No peito, esse grande amor
Eternamente preso em passados
Andamos esses anos desmiolados...
Mas eis que a vi, finalmente, em um riacho!
Depois de grande farra e em pileque
Segurando a velha garrafa de vinho
A vomitar no igarapé da praça
Aos risos e misérias dos moleques...
Desse jeito nos olhamos
E vimos, sim, que éramos nós
Desse jeito nos amamos
E explodimos em amor
Os sentimentos de tanto tempo!
E não fizemos apenas isso:
Ofereci-te as rosas e me beijaste
Me lambuzaste de cuspe,
Muito beijo e secreção
Aos gritos, aos choros, e vomição.
E escutamos, juntos, todas as músicas
Até ficarmos esgotados
E fizemos tanto amor livre
Até cairmos, exaustos e culpados
(Como doente fatalmente medicado)
Depois de tudo
Devolvi tua garrafa
Pois vimos que estávamos acabados
E era horrível estarmos unidos:
Éramos mais felizes em separado...
- Assim, cada um foi, cabisbaixo, pro seu lado...